BEM-VINDOS E ESPERO QUE PASSEM UM MOMENTO DE PRAZER

O luar desconhecido que nos fascina e descobre na penumbra











Nem sempre há luar onde o homem nasce







MENSAGENS


MENSAGENS

Obrigado, Mário.. É uma honra e um prazer ler o quão bem escreve.

Um abraço

Pedro Abrunhosa





quarta-feira, 23 de março de 2011

INACABADO...

Semivivo
onde escapam
vozes
que se confundem
nas margens impessoais
resta o que vejo
fugir em sombras
cristais inacabados
à procura de sendas
desertas
lâminas de fogo
reflexos e lendas...

Mário M.Carvalho

quarta-feira, 16 de março de 2011

HÁ PALAVRAS...

A resposta
abandonada
mergulha
num aquário
onde passam
olhares interrogados...

ouvem-se franjas
distorcidas...

há palavras
que foram
rasgadas...

Mário M.Carvalho

sexta-feira, 11 de março de 2011

QUANDO...

Quando
o tudo
e o nada
pode passar...

ou se vê
o horizonte
descobrir
praias perdidas
corpos
de suor doce...

na vertigem
que nos devolve...

Mário M.Carvalho

quinta-feira, 10 de março de 2011

A CHEIRAR A VIDA...

Detesto poemas
adormecidos...

prefiro
os que têm
homens e mulheres
lá dentro
com sangue
corpos que se cruzam
com a natureza
e o universo...

a cheirar a vida...

Mário M.Carvalho

terça-feira, 8 de março de 2011

UM PÁSSARO DANÇA...

Um pássaro
dança
na tua mão...

o luar
não se cansa...

atravessou
o teu corpo
despido
salpicado
de todas
as cores
em laudas
desfolhado...

onde me guarda
inteiro ...

Mário M.Carvalho

sexta-feira, 4 de março de 2011

NA PORTA DO TEMPO...

O teu colar
voou
na relva fresca...

corremos
à chuva...

fomos
por dentro
onde estavam
versos...

secaram
presos
na porta
do tempo...

Mário M.Carvalho

quarta-feira, 2 de março de 2011

NO CAMPO...

Passando o casario
corremos pelo prado
ouve-se fresca
a água doce
que foge no rio...

entre o arvoredo
de altos pinheiros
recorta-se o granito
escarpado
em diferentes cheiros
e violetas...

preciso do tempo
que esquece
as alvoradas
e trindades
na raíz
que permanece....

Mário M.Carvalho

ATRÁS DO VENTO...

Atrás do vento
num poente
esvoaçado
desaparece
o fogo
lento...

descascado
o corpo
celeste
nasce
em sombras
luarentas...

procura
os nossos
gestos...

Mário M.Carvalho

[Som Brasil Ary Barroso] Casuarina - Camisa Amarela

Camisa Amarela - Ary Barroso Composição: Ary Barroso

Encontrei o meu pedaço na avenida

De camisa amarela

Cantando a Florisbela, a Florisbela

Convidei-o a voltar pra casa

Em minha companhia

Exibiu-me um sorriso de ironia

E desapareceu no turbilhão da galeria

Não estava nada bom

O meu pedaço na verdade

Estava bem mamado

Bem chumbado, atravessado

Foi por aí cambaleando

Se acabando num cordão

Com um reco-reco na mão

Mais tarde encontrei

Num café zurrapa

Do Largo da Lapa

Folião de raça

bebendo o quinto copo de cachaça

Isso não é chalaça

Voltou às sete horas da manhã

Mas só da quarta-feira

Cantando A Jardineira, oi, A Jardineira

Me pediu ainda zonzo

Um copo d'água com bicarbonato

O meu pedaço estava ruim de fato

Pois caiu na cama

E não tirou nem o sapato

roncou uma semana

Acordou mal humorado

Quis brigar comigo

Que perigo, mas não ligo!

O meu pedaço me fascina

Me domina, ele é o tal

Por isso não leve a mal

Pegou a camisa, a camisa amarela

E botou fogo nela

Gosto dele assim

Passou a brincadeira

E ele é pra mim

O meu Sinhô do Bonfim

Póvoa de Varzim

Póvoa de Varzim

Covilhã

Covilhã

Coimbra

Coimbra