o sabor das palavras
que se cruzam
com o vinho de Pécs
entardece o paladar
dos sons
que se adoçam
e se percebem....
na orla do silêncio
desaparece a voz
e a memória áspera
desalinhada
em ruídos surdos...
ouve-se o canto
quebrado
uma derrota abafa-se
brandamente
no som de um violino
distante...
ondas sonoras
que percorrem
os séculos da noite
e se repetem
simetricamente
como o pó
que se desenha
no dobrar
de uma folha de papel...
escondidos do sol
como as serpentes
rostos desinteressados
numa agonia
inapelável...
o vento sacode
os sofrimentos
que se entrelaçam...
Mário M.Carvalho
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