de bater no tempo que perdi...
era às vezes eu
que levava um castelo na mão...
saído de todas as estradas
e por alguns pinhais
fugiam como os ratos dos tremores de terra,
eram serpentes que se esgueiravam
e não tinham buracos em nenhum chão...
nem por essas montanhas
que têm águias a pairar
passava uma daquelas estrelas
que eu queria apanhar...
era sempre o morcego da noite
que visitava os currais
onde havia mais insectos...
eu fugia sempre
para cima das pedras,
conseguia ver a noite toda
e nem tinha de procurar...
depois tínhamos cerejas
bem alto, nas cerejeiras
nós, como macacos, subíamos
para as apanhar...era quase dia...
chegava cansado
mas trazia o meu castelo
debaixo do braço,
só via galinhas a esvoaçar
à minha volta...a manhã enlouquecia
mas já não havia ratos,
nem serpentes....viam -se as toupeiras
a levantar o chão...passaritos a voar...
estou desolado com o tempo
que me fugiu...
eu já sabia beber cerveja...e cantar
agora nem comer sei...
e era a correr que eu me cansava...
precisava de mais tempo
queira mudar as fontes
do meu pensamento...
Mário M.Carvalho
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