Há algumas nuvens que passam
e escondem a sua anágua branca
entre olhares negros desbaratados
que nos estremecem e nos rasgam...
e sobre a água cinzenta
vai crescendo a tua alvura
que trespassa a desilusão lenta
num desassossego escorreito...
lavram-se campos de ternura
na imensidade do teu leito
onde brilham as plêiades
do nosso sete-estrelo...
ai quanta desventura amargurada
nesse olhar entediado,
solta a fúria desalmada
e alcança toda a tua lonjura...
o teu refulgir é alvorada...
Mário M. Carvalho ( Humanamente interior)
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