Nasceu um menino
numa terra sem fim
filho do pôr-do-sol
era fresco como a terra escura e húmida
coberta de flores...
uma pétala azul
as manhãs passavam
no meio daquela chuva míuda
por ali brincava, corria
sempre descalço
na lama
não sabia que tinha de ir à escola
a fome vestia-o de frio
o menino não sabia que crescia
e que os seus braços
se transformavam em asas
e poderia voar
e aquela menina
que brincava com ele
e lhe dizia que ele havia de ser grande
fê-lo sentir-se alguém
o futuro era desconhecido
mas a esperança
só tinha um sentido
lutar pela mudança
Mário M.Carvalho - 1990 ( humanamente social)
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